O livro “Teatro inexperto em 2 peças quase distópicas” corresponde à reedição de duas peças teatrais: “Mingau de Alho”, escrita em 1983, publicada pela Fundação Catarinense de Cultura (sob título “Filho da mãe terra”), que recebeu o 2º lugar no II Concurso de Dramaturgia, tendo ao início poesia que, também em 1983, recebeu menção honrosa em concurso de poesias promovido pela Casa do Estudante Luterano Universitário – CELU; a outra, “Razão de Estado”, em 1987 conquistou o 1.º lugar no Concurso Nacional de Dramaturgia (Gralha Azul), na categoria autor. “Mingau de Alho” trata da questão da terra, utilizando linguajar sertanejo, e dos dramas humanos que de sua posse sucedem. Aborda-se a ideia de desprezo, inferioridade, maldade, marcando a condição das personagens da trama, de seres em condição de desvalorização, de não terem seus direitos respeitados, ou seja, considerados “desprezíveis”, “inferiores”, e a quem não se exige pudor para o uso do poder e dominação. Em “Razão de Estado”, é tratada a falta de ação do homem diante de seus próprios questionamentos, da condição humana nas circunstâncias de servidão política, de exceção, de submissão da razão à violência. Em ambas, de linguagens distintas, há acurado tom poético, no sentido de caráter literário, conservando um olhar sem reservas para as relações humanas, que destacam crítica social às recorrentes formas de opressão. Autêntica distopia.